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Mostrando postagens de 2018

Protagonista do ano novo

É, gente, mais um ano que termina... Aqueles votos de sucesso e felicidades são novamente ditos. Antigos sonhos são escritos em agendas novas. E todas as velhas e novas metas estarão em sequenciadas listas... É outro ciclo. Outro início depois de um fim, que já tem data marcada pra terminar e dar espaço para o próximo período iniciar. É assim. Um fato. O tempo passa e não espera por ninguém. Os anos vão sem levar a culpa pelo acontecido, e vem sem ter compromisso de sucesso com os planos mapeados. Todo ano novo é esperado com entusiasmo e devaneios. Vigor desaparece meses depois, é transformado na melancolia de um ano velho e desgastado. E a vida continua passando. E os ciclos seguem seu movimento. O tempo não para por nada. Os dias são consumidos... Os sonhos, metas e desejos continuam apenas escritos, repetidos, cansados... Sem graça. Ganham vida num instante, num estourar de espumante. E voltam a ser guardados para o próximo momento de vida que os aguarda. Não é o n

O amor e o Gênesis

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Diário de uma cearense descobrindo o amor... Minha releitura sobre o Gênesis, principalmente no seu primeiro capítulo, pode parecer meio piegas, mas pra mim faz todo sentido. Imagino que Deus nunca tenha precisado de nós. Ele é pleno. Não precisava de nós pra amar. Ele é o próprio amor... Mas o amor é meio folgado. Quer se espalhar. Não porque precisa, mas porque quer... Só! Deus, na sua infinitude, poetisa... Decide espalhar o amor. Começa a idealizar uma criatura... Planeja à sua própria imagem! A imagem do amor... Então, aquele que pairava sobre a terra, a mesma que era sem forma e vazia, começou a projetar cada detalhe, pra receber o seu bem-amado! Ele deu forma ao espaço, iluminou direitinho, climatizou, decorou com carinho e zelo... E tudo o que ele fazia com suas próprias mãos era bom! Tudo era bom pra Deus. Ambiente perfeito pra espalhar o amor... Então Deus criou sua criatura mais desejada. Surgia a humanidade... Alvo do amor!  Imagino que ele nutria

Um menino morreu

Um estatuto vigente proíbe, coerente,  o uso de arma,  que mesmo inocente, na mão de um demente fere e mata Era festa e nesta Uma bala se perdeu um menino morreu um sonho padeceu Mas há até quem isso ignore e pelo abjeto do bem a festa continuou O luto se calou O 'mito' não o velou Mesmo a quem disso não se valha Alguém pereceu e com ele se foi a festa a vida a esperança

É pra lutar? Não me nego!

Se é pra defender o oprimido eu sou feminista, sou pobre, sou negra, sou mulher, sou mãe, sou filha, sou gay, sou hetero, sou do nordeste, sou paraíba, sou aluno, sou professor, sou padre, sou pastor... sou quem eu precisar ser, sou eu, sou você! Só não posso ser o opressor que manipula, o canalha que mente, o falastrão que ilude. Só não me visto de santa pra defender o que é demoníaco. Não faço cara de paisagem pra fugir da injustiça que eu vejo. Meu sangue é vermelho. Meu coração é de carne. Minha angústia é pulsante. Meu grito não fica retido. Faço parte de um povo que clama pela humanidade. Não sou da nobreza, sou do povo. A minha responsabilidade eu assumo, não delego. Os dias são de angústia... É pra lutar? Não me nego!

Desabafando uma questão

Se em 2018, com toda a disponibilidade de dados e informações que há, tem uma galera que acredita em tudo o que vê... Imagina como eram os fake news antes da web 1.0. Com a Web 3.0 cada indivíduo passou a ter seu espaço digital democrático disponível e acessível. E como tudo que evolui tem suas vantagens e desvantagens. A opinião se tornou fato. Levado ao mundo como verdade. Sem o mínimo de escrutínio é lida, crida e compartilhada. E ai de quem a questione. Elevando em muito o número de desinformados e desorientados. O 'Ministério da Verdade' do livro 1984 de George Orwell, publicado em 1949, ainda faz todo o sentido. Infelizmente. E o passado é alterado para sustentar o presente. Nos tempos antigos a história era compartilhada pela tradição oral. Pela contação de histórias... E o zelo de guardar a cultura era pra preservar o aprendizado, e as conquistas dos povos antigos. Obviamente haveria de ter fake news desde os tempos mais remotos... Contudo não havia a possibili

Se não imita Cristo não é cristão

Sou de uma época em que os cristãos eram assim chamados por serem imitadores de Cristo... Hoje há quem se diga cristão sem nem entender o que isso significa. Arrota soberba e grita frases como fariseu. "Oh Senhor! Obrigado porque não sou como essa ralé, não me misturo a esses miseráveis. Eu, mestre da lei... Dono da verdade absoluta... Protetor da máscara da tradição." E Ele veio para dar vida em abundância. E ele disse que na sua casa havia muitas moradas... Disponível para quem quisesse. E Ele que andava com publicanos, ímpios e marginalizados. Que acolhia as minorias... Não. Não são imitadores de Cristo. São sepulcros caiados. Lobos uivando vestidos de cordeiros. Meu conselho é: sejam cristãos de verdade, ou parem de dizer que são.

Sobre pensar

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Caixa Empilhe caixas Repense a caixa Abra a caixa Reutilize caixas Esqueça a caixa Se encaixa Desencaixa Saia da caixa Equilibre suas caixas Não importa a caixa Nunca pare de pensar.

Peso e paz

Esse mundo que carrego nas minhas costas Tem um peso difícil de suportar Isso que carrego sozinha Me consome Socorro. Estou desnorteada. Preciso levantar... Tento. O peso me sufoca. Sinto amargar a boca Não vejo nada além de imagens embaçadas O corpo treme A alma teme O peito aperta Preciso respirar Quero reagir O corpo não coopera A mente lateja A alma grita Respiro. Medito. Insisto. Encontro refúgio. Alívio. Tenho paz.

Meu pai

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(Atenção: este texto contém dialeto cearense arcaico e outros termos da modinha. Não entendendo consulte o Google) Meu pai. Figurinha carimbada. Um cabra fresco que só a peste.  Tão fresco que parece que dormiu na varanda a vida toda.  Mas não é fresco de frescura, frecurite, mimimi...  É do tipo de fresco que não vale nada. Nem se preocupa com nada que o faça perder a piada. Não entenda errado.  Ele vale muito.  Muito mais do que qualquer riqueza que se possa ter. Tesouro que em moeda não se conta. Porque não haverá nessa vida quem consiga tanto valor compreender. Meu pai. Um boêmio da vida.  Contador de causos Um piadista que ás vezes é quase sem graça,  Mas que na sua fala faz qualquer um rir.  Nem que seja por misericórdia ou vergonha alheia.   Meu pai. Aquele que desde cedo me ensinou a ser forte. A enfrentar a vida, a enfrentar os desafios. Foi dele que recebi mais toscos apelidos da minha vida.  Me fez compreender que os brigões do colégio só tinham vocativos fracos. F

Fidelizar - mentira ou escravidão?

De: Jansen Viana e Débora Viana Este texto foi o primeiro que escrevemos juntos. Então ele também é um marco especial pra mim! Que honra! Meu pai, meu mestre! Considero inadequado o termo "fidelizar" cliente. Mais que isso, repugno-o. Por mais que justifiquem os gurus do marketing e mesmo que seja sugestivo usá-lo. Ainda que o verbete conste nos diversos dicionários da língua portuguesa. Nada disto revela a mim uma situação em que o uso de quaisquer de suas flexões verbais seja digna de aplauso. Imagina um contrato de fidelização. Contrato que obriga ser fiel? Tolice. Não dá certo nem em casamento. E se o cliente não cumprir? E se o cliente for um farsante contumaz? Não nos tornamos fiéis por assinatura. Nunca será possível fidelizar alguém, ninguém será fidelizado a nada. Fidelidade é substantivo. Expressa a qualidade de quem decidiu ser fiel, um atributo. E não é possível que isso seja implantado no caráter de outra pessoa, nem por cirurgia. Tornar fiel? Se eu

Intensidade

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Minha fraqueza é a melancolia. Sou aquela que foge da monotonia. Nos tons neutros estão minhas dores.  E em tons de cinza os rancores. Na minha fuga estou à procura de arco-íris.  Encontro, aliviada. E me perco entre cores... quanta riqueza! Sim, aqui tem tesouro.  E não falo de pote de ouro. Neste refúgio estão meus  amores...  neste lugar estão as minhas paixões. Aqui enxergo bem melhor. As minhas lutas, meus aprendizados, meus erros, minhas vitórias.  Aqui me vejo. A perspectiva nem sempre favorece, mas acrescenta sabedoria.  Toda novo saber traz consigo uma nova cor.  Nova nuance...  Me contagia. Mas nessa fantasia lembro que ninguém vive em refúgios. Estes são feitos para ajudar a tomar fôlego.  Feitos para reanimar o cansado. Levanto-me renovada.  Pronta.  Com a alma colorida.  Munida.  E sigo de volta para palidez soturna da realidade que me aguarda.  Por onde passo deixo cores.  Deixo um rastro fluorescente... Penso que o meu papel nesta vida deve reflitir

Asas e livros

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Asas e livros tem potência pro vôo... e nisso, tanto as asas, quanto os livros, variam em sua performance... As pobres aves não tem como escolher que tipo de asas terão. Nem o seu desempenho, nem sua resistência... muito menos podem aperfeiçoar a sua habilidade . São limitadas pela sua própria natureza. Mas eu... eu não me limito. Sou responsável pelas viagens que quero fazer. Escolho os meus próprios vôos!  E a cada livro novo que vivo adquiro com ele a dádiva pra ir mais alto, mais longe...

Borboletas encantadas

Borboletas são seres encantadores nas várias alegorias que delas se pode ter. Pessoas encantadoras são como borboletas... Belas! Não se valem das suas fases vencidas, das suas cascas perdidas, ou do rastejar de outrora. Não despejam suas conquistas com palavras ácidas... Sem saber como ou o porquê, enfeitam o jardim, a casa, o muro, a parede... O concreto... acredito que até lugar árido, deserto! Um dia serei borboleta. Até lá contínuo neste casulo, brigando com esforço, com força, com tudo... Até que eu desvende o segredo que me permita evoluir. Então bela também serei. E então de encanto viverei.

Alexia

Já faz 15 anos. Há 15 anos te coloquei nos braços e me apaixonei imediatamente. Há 15 anos você me inspirou a mudar de vida. Há 15 anos eu deixei de ser única... E isso não fez mais nenhum sentido. Há 15 anos que eu te admiro absurdamente. Há 15 anos... Há 15 anos. Uma moça atraente esconde a menininha sapeca que ainda vejo em você. Atrevida, esperta, sentimental... misteriosa! Linda. É natural que as pessoas nos comparem. Não ligo. Você é mesmo mais bonita, mais meiga, mais talentosa, mais inteligente... Você é mais tanta coisa maravilhosa que adimito: sou apenas a mais velha (e nem ouse me chamar de "senhora"). Minha companheira. Minha princesa. Minha parceira. Minha irmã. Te amarei sempre... sempre.

Pensando sobre caixas

Então me desafiam com o clichê "pense fora da caixa"... paradoxalmente eu penso dentro de mim e silencio. Eu não me encaixo. E nem quero. E se quisesse, qual o problema? Aliás... outro paradoxo. Quem se encaixa, conscientemente, já pensa fora dela. E de onde vem esse malfadado cubo? E esses que deste falam? E porque acham que estão fora? Caixa... eufemismo pra prisão. Referência de quem continua limitado. Esse discurso falacioso e arrogante é apenas mais uma nova casta. Dita superior. Daqueles que pensam ser diferentes. O alto clero do modo de pensar. É mais uma tentativa de polarizar... quem não está fora só pode estar dentro. Será? Penso que na verdade estas pessoas estão igualmente encaixotados. Dentro de containers com outros padrões... em cores neon, talvez. Ou não... Que tal uma pegada vintage? Tumblr? É mais tendência. Quem os delegou a autoridade de me dizer onde devo pensar? O pensar é livre. Dentro ou fora de qualquer lugar. Pensando bem, não há nada mais intrínsec